Consultor Alexandre Faria

NEGOCIAÇÃO DE DÉBITOS BANCÁRIO

Atualmente, 60% da população está endividada no Brasil – numa bola de neve dos juros que leva muitos a fazerem empréstimos para pagar outros empréstimos. 
Estudos, feitos partir da Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), revelam que são aproximadamente 30 milhões de brasileiros com mais de 100% de sua renda mensal comprometida com o pagamento de crédito, sem conseguir negociar suas dívidas de forma adequada.

Os bancos se utilizam de uma publicidade romântica e da facilidade de acesso ao crédito para lucrar com os juros. Além disso, hoje não existe uma política pública que reconheça a situação “sem saída” do consumidor endividado e obrigue os bancos a fazer uma justa negociação de dívidas.

 

PONTOS QUE ESTAREMOS EXECUTANDO NA NEGOCIAÇÃO:

 

1. FAREMOS UM LEVANTAMENTO DO HISTÓRICO DA DÍVIDA

Ou seja, precisaremos de todos os documentos relacionados à dívida, para que possamos ver como anda a evolução da mesma eles serão úteis no momento de negociar. 
estaremos analisando os contratos dos empréstimos para verificar as taxas de juros e custos embutidos na operação. Se a dívida estiver em atraso, pediremos ao banco 
a evolução do saldo, envolvendo detalhes sobre encargos e juros na atualização da dívida.

2. ANALISAREMOS A MELHOR FORMA DE PAGAMENTO:

Para negociar uma dívida, faremos os cálculos de contas e dos seus gastos fixos mensais, como aluguel, mercado, conta de luz, e verificaremos se sua renda mensal é 
suficiente para cobrir essas despesas e ainda restar uma quantia para comprometer com a renegociação. A partir daí é possível planejar o orçamento 
e pensar numa proposta de acordo com o banco que caiba no seu bolso. Verificaremos também se você pode vender algo ou iniciar uma atividade extra para 
complementar sua renda.

3. APRESENTAREMOS UMA PROPOSTA REALISTA PARA O BANCO:

Estaremos elaborando uma proposta de negociação, começaremos pelas dívidas mais caras. Priorizaremos o pagamento à vista ou poucas parcelas, para evitar 
o aumento da dívida com mais juros. Se for necessário parcelar, insistiremos pela revisão do saldo. Havendo dificuldade em abrir o diálogo com o banco 
para um acordo, iremos solicitar a renegociação por meio da plataforma Consumidor.gov.br. Isso deve fazer com que o banco dê uma atenção mais 
cuidadosa ao seu caso.

4. NEM SEMPRE UM ACORDO SERÁ POSSÍVEL:

Não aceite a primeira proposta do banco: se você não está totalmente seguro de que tem condições para cumprir o acordo, não decida na hora. 
Caso você já tenha esgotado as possibilidades de fazer um acordo viável para a sua condição financeira atual, talvez seja necessário aguardar 
um tempo maior para tentar a negociação novamente. Cabe a você avaliar o risco de ter o nome negativado e viver “sem crédito” por um período. 
Mas esteja preparado: as instituições passarão a entrar em contato buscando pagamento. Essas cobranças não podem ser vexatórias e nem excessivas.

5. PRÁTICAS ILEGAIS? ACIONE A JUSTIÇA:

Bancos não podem retirar recursos de outras contas vinculadas a você, como poupança ou contas empresariais, para forçar o pagamento de uma dívida. 
Também não podem fazer cobranças em tom de ameaça ou que exponha você a constrangimentos. Se acontecer, você tem o direito de requerer indenização 
por assédio moral. Nas causas de até 20 salários mínimos não é obrigatória a assistência de advogado no Juizado Especial Cível.